OS BATISTAS NO BRASIL!
Thomas Jefferson Bowen era missionário americano na Nigéria (África) trabalhando entre os nativos da tribo ioruba. Depois de algum tempo na África, retornou aos EUA e foi enviado, em
1860, para o Brasil, uma vez que muitos escravos que falavam
o dialeto ioruba (língua corrente entre os negros traficados) podiam ser alcançados.
Oito meses depois, devido a problemas de saúde e porque as
autoridades o impediram de pregar o Evangelho, visto que sua
mensagem se distanciava dos ensinos católicos, até então a religião oficial do país, Bowen precisou retornar ao seu país, desta vez em definitivo. Tempos depois, um grupo de colonos norte-americanos sulistas,
derrotados na guerra entre o sul e o norte (1861-1865), desembarcou no Brasil, em Santa Bárbara D’Oeste (SP). Grande parte
destes colonos era de origem protestante e, em 10 de setembro
de 1871, eles organizaram a Primeira Igreja Batista em terras brasileiras, sob a coordenação do pastor Richard Ratcliff.
No início, os cultos ainda eram em inglês, o que afastava os habitantes locais. Em 1881 chegaram ao Brasil o missionário William Buck Bagby e sua esposa Anne. Seguiram para Campinas, onde, no Colégio Presbiteriano, iniciaram o aprendizado da língua portuguesa. Um dos instrutores do casal foi o ex-padre Antônio Teixeira
de Albuquerque. Sacerdote católico na província de Alagoas,
ele converteu-se ao protestantismo sozinho, ao estudar a Bíblia.
Depois de abandonar a igreja de Roma, o ex-padre peregrinou
pelo Brasil até chegar a Campinas, onde se tornou o primeiro
brasileiro a ser consagrado pastor batista. Em 1882, quando foi organizada a Primeira Igreja Batista da
Bahia, voltada para a evangelização do Brasil, já existiam então
as duas outras igrejas batistas, organizadas por imigrantes norte-
americanos, residentes na região de Santa Bárbara D’Oeste e
Americana (SP).
A Convenção Batista Brasileira, em sua 89ª Assembleia, após
discutir por alguns anos a data correta para o início do trabalho
batista no Brasil, aprovou resolução de uma comissão especial
nos seguintes termos: “Reconhecemos que a inserção do tra-
balho batista no Brasil se deu por duas vias: A via de imigração
(1871) e a via de missão (1882)”.
Os casais de missionários batistas norte-americanos, recém-
chegados ao Brasil, os pioneiros William Buck Bagby e Anne Luther Bagby e Zacharias Clay Taylor e Kate Stevens Crawford Taylor,
auxiliados pelo ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara D’Oeste, decidiram iniciar a sua missão na cidade de Salvador, Bahia, com 250 mil habitantes. Ali chegaram
no dia 31 de agosto de 1882 e, no dia 15 de outubro, organiza-
ram a Primeira Igreja Batista do Brasil com cinco membros: os dois
casais de missionários e o ex-padre Antônio Teixeira.
Nos primeiros 25 anos de trabalho, Bagby e Taylor, auxiliados
por outros missionários e por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.
O sucesso do trabalho no Nordeste encheu William Bagby de
coragem e ele resolveu partir para o Rio de Janeiro, onde fundou
uma congregação no bairro do Estácio que, logo de início, con-
seguiu a adesão de quatro pessoas.
Com a abertura do campo missionário brasileiro, graças ao
sucesso de Bagby, as organizações batistas americanas resolveram investir. Os obreiros americanos que aqui chegavam traziam
consigo o modelo de igreja que conheciam na sua terra natal,
implantando a estrutura eclesiástica americana. Além da estrutura cuidadosamente organizada, as igrejas brasileiras fizeram
questão de manter o modelo congregacional de governo, caracterizado pela autonomia de cada igreja local - uma marca dos
batistas que predomina até hoje. Com o tempo, as comunidades
foram adaptando seus costumes à realidade brasileira, mas sempre mantendo a identidade.
À medida que as igrejas batistas se multiplicavam, surgiu a
necessidade de reafirmar o ideário do segmento. Essa tradição
ideológica jamais se perdeu no tempo, graças à estratégica propagação através de publicações como livros, Bíblias, revistas de
estudo e jornais.
A tradição batista legou aos evangélicos brasileiros outra preciosidade: o Cantor Cristão, que eternizou centenas de hinos
cantados até hoje por crentes de todo o país. Da primeira edição, de 1891, até hoje, as páginas do Cantor têm sido fonte de louvor e inspiração. Dos hinos do acervo, mais de 100 foram
compostos ou traduzidos pelo missionário e músico judeu polonês Salomão Luiz Ginsburg, que viveu 37 anos no Brasil. Ginsburg é considerado por muitos o mais importante hinologista
brasileiro. Mas também foi um evangelista de visão avançada
para o seu tempo. Coube a ele o mérito de ter sido o primeiro a
imaginar uma associação que agrupasse todas as igrejas da denominação em 1894. As ideias de Ginsburg acabaram influenciando a história da Igreja Batista Brasileira.
Também no início do século 20, as igrejas passaram a se agrupar nas chamadas convenções, com o objetivo de gerir causas comuns como o trabalho de missões e a manutenção de seminários, orfanatos, asilos e colégios. Essa estrutura ampliou-se, buscando a cooperação entre as igrejas. Surgiu assim a Convenção
Batista Brasileira (CBB), que hoje abriga mais de 6,5 mil igrejas
da denominação, com cerca 7 mil pastores e mais de um milhão
de membros.
1860, para o Brasil, uma vez que muitos escravos que falavam
o dialeto ioruba (língua corrente entre os negros traficados) podiam ser alcançados.
Oito meses depois, devido a problemas de saúde e porque as
autoridades o impediram de pregar o Evangelho, visto que sua
mensagem se distanciava dos ensinos católicos, até então a religião oficial do país, Bowen precisou retornar ao seu país, desta vez em definitivo. Tempos depois, um grupo de colonos norte-americanos sulistas,
derrotados na guerra entre o sul e o norte (1861-1865), desembarcou no Brasil, em Santa Bárbara D’Oeste (SP). Grande parte
destes colonos era de origem protestante e, em 10 de setembro
de 1871, eles organizaram a Primeira Igreja Batista em terras brasileiras, sob a coordenação do pastor Richard Ratcliff.
No início, os cultos ainda eram em inglês, o que afastava os habitantes locais. Em 1881 chegaram ao Brasil o missionário William Buck Bagby e sua esposa Anne. Seguiram para Campinas, onde, no Colégio Presbiteriano, iniciaram o aprendizado da língua portuguesa. Um dos instrutores do casal foi o ex-padre Antônio Teixeira
de Albuquerque. Sacerdote católico na província de Alagoas,
ele converteu-se ao protestantismo sozinho, ao estudar a Bíblia.
Depois de abandonar a igreja de Roma, o ex-padre peregrinou
pelo Brasil até chegar a Campinas, onde se tornou o primeiro
brasileiro a ser consagrado pastor batista. Em 1882, quando foi organizada a Primeira Igreja Batista da
Bahia, voltada para a evangelização do Brasil, já existiam então
as duas outras igrejas batistas, organizadas por imigrantes norte-
americanos, residentes na região de Santa Bárbara D’Oeste e
Americana (SP).
A Convenção Batista Brasileira, em sua 89ª Assembleia, após
discutir por alguns anos a data correta para o início do trabalho
batista no Brasil, aprovou resolução de uma comissão especial
nos seguintes termos: “Reconhecemos que a inserção do tra-
balho batista no Brasil se deu por duas vias: A via de imigração
(1871) e a via de missão (1882)”.
Os casais de missionários batistas norte-americanos, recém-
chegados ao Brasil, os pioneiros William Buck Bagby e Anne Luther Bagby e Zacharias Clay Taylor e Kate Stevens Crawford Taylor,
auxiliados pelo ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara D’Oeste, decidiram iniciar a sua missão na cidade de Salvador, Bahia, com 250 mil habitantes. Ali chegaram
no dia 31 de agosto de 1882 e, no dia 15 de outubro, organiza-
ram a Primeira Igreja Batista do Brasil com cinco membros: os dois
casais de missionários e o ex-padre Antônio Teixeira.
Nos primeiros 25 anos de trabalho, Bagby e Taylor, auxiliados
por outros missionários e por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.
O sucesso do trabalho no Nordeste encheu William Bagby de
coragem e ele resolveu partir para o Rio de Janeiro, onde fundou
uma congregação no bairro do Estácio que, logo de início, con-
seguiu a adesão de quatro pessoas.
Com a abertura do campo missionário brasileiro, graças ao
sucesso de Bagby, as organizações batistas americanas resolveram investir. Os obreiros americanos que aqui chegavam traziam
consigo o modelo de igreja que conheciam na sua terra natal,
implantando a estrutura eclesiástica americana. Além da estrutura cuidadosamente organizada, as igrejas brasileiras fizeram
questão de manter o modelo congregacional de governo, caracterizado pela autonomia de cada igreja local - uma marca dos
batistas que predomina até hoje. Com o tempo, as comunidades
foram adaptando seus costumes à realidade brasileira, mas sempre mantendo a identidade.
À medida que as igrejas batistas se multiplicavam, surgiu a
necessidade de reafirmar o ideário do segmento. Essa tradição
ideológica jamais se perdeu no tempo, graças à estratégica propagação através de publicações como livros, Bíblias, revistas de
estudo e jornais.
A tradição batista legou aos evangélicos brasileiros outra preciosidade: o Cantor Cristão, que eternizou centenas de hinos
cantados até hoje por crentes de todo o país. Da primeira edição, de 1891, até hoje, as páginas do Cantor têm sido fonte de louvor e inspiração. Dos hinos do acervo, mais de 100 foram
compostos ou traduzidos pelo missionário e músico judeu polonês Salomão Luiz Ginsburg, que viveu 37 anos no Brasil. Ginsburg é considerado por muitos o mais importante hinologista
brasileiro. Mas também foi um evangelista de visão avançada
para o seu tempo. Coube a ele o mérito de ter sido o primeiro a
imaginar uma associação que agrupasse todas as igrejas da denominação em 1894. As ideias de Ginsburg acabaram influenciando a história da Igreja Batista Brasileira.
Também no início do século 20, as igrejas passaram a se agrupar nas chamadas convenções, com o objetivo de gerir causas comuns como o trabalho de missões e a manutenção de seminários, orfanatos, asilos e colégios. Essa estrutura ampliou-se, buscando a cooperação entre as igrejas. Surgiu assim a Convenção
Batista Brasileira (CBB), que hoje abriga mais de 6,5 mil igrejas
da denominação, com cerca 7 mil pastores e mais de um milhão
de membros.
Esse trecho contendo informações sobre a história da Igreja Batista no Brasil, foi retirado do livro "Pacto e Comunhão" de Sócrates Oliveira de Souza
(organizador), Produzido por
Convicção Editora.
(organizador), Produzido por
Convicção Editora.