Ilustração do Reino do Pr. Juanribe Pagliarin: O pai, o filho e a tábua!


   Um menino fazia muitas coisas erradas ele bagunçava demais. Era um menino sem disciplina, levado, mas, ele não fazia as coisas com maldade, fazia porque era arteiro mesmo. E às vezes as coisas que ele fazia prejudicava as outras pessoas, prejudicava os seus irmãos, sua família. E ele dava muito desgosto a seus pais, tão pequeno, e já dava muito trabalho.
Um dia o pai dele que já estava cansado de lhe bater e não adiantar nada pegou o menino logo após ele ter feito uma coisa muito errada, e o levou até o fundo do quintal em um quartinho que ele usava como oficina, e lhe disse:
– Meu filho vem aqui! – e o menino foi, pensando que ia apanhar, e seu pai continuou – Está vendo aquela tábua bonita, envernizada?
E seu filho desconfiado respondeu:
– Estou vendo sim. Por quê?
– Pega aquela tábua e traz aqui. Vamos fazer o seguinte meu filho. Está tábua irá representar você. Agora vamos colocar nesta tábua um prego para cada coisa errada que você já fez.
E o menino achou aquilo engraçado, e seu pai disse mais:
– Me dê o martelo e os pregos, pega aqueles maiores, os pregos grandes. – E o menino trouxe os pregos – Lembra aquela vez que você matou um passarinho? Aquele canário que eu tinha na gaiola, e você o matou com seu estilingue?
O menino ficou triste, e disse:
– Lembro pai.
E o pai pegou o prego encostou na tábua novinha envernizada. Pá, pá, pá, pá! E cravou aquele prego até o fim. E o menino ficou olhando.
– Meu filho. Lembra aquela vez que você saiu com o mesmo estilingue estourando as lâmpadas dos postes nas ruas?
– Lembro pai.
– Quantas lâmpadas você quebrou?
– Ah pai, mais de trinta.
– Me dá trinta pregos aqui.
E colocou um por um dos trintas pregos sobre a madeira envernizada e foi batendo. Pá, pá, pá, pá! E o menino olhando fixamente para a tábua que foi ficando cheia de pregos.
– Meu filho. Lembra aquela vez que você pulou o muro da casa do vizinho pra pegar goiaba no pé. E você pisou na horta do homem e destruiu todo o alface e almeirão que ele tinha plantado, pra roubar uma goiaba. E o vizinho veio furioso reclamar de você. Lembra meu filho?
– Lembro pai.
Quantas goiabas você roubou?
– Três.
– E quantos pés de alface você acha que destruiu?
– Ah, acho que uns dez.
– Me dá treze pregos aí.
E o pai pegou os treze pregos. Pá, pá, pá. Aquilo que parecia uma brincadeira, logo foi se tornando uma coisa trágica para o menino. Porque aquela tábua que estava aplanada, envernizada, bonita, brilhante, que representava ele mesmo, começou a ficar tão cheia de pregos, que cada vez que o martelo batia pá, pá, pá, aquilo batia também em seu coração. E assim, o pai foi perguntando para o filho todas as coisas erradas que ele se lembrava, e foi batendo aqueles pregos, e eram tantos pregos, que o menino ficou muito triste, ficou arrasado, aquilo doeu mais que uma surra de cordão de ferro, doeu mais que uma surra de varas. Seu pai percebendo sua tristeza disse:
– Meu filho, vamos combinar uma coisa? A partir de hoje por cada coisa boa que você fizer, nós vamos tirar um prego daqui. Ta bom?
E o menino concordou. No dia seguinte ele chegou correndo da escola e foi contar as novidades a seu pai:
– Pai hoje a professora me elogiou, porque eu me comportei bem na sala de aula!
– Ah que bom meu filho, vamos lá no fundo.
E o pai pegou o martelo e puxou um dos pregos, e o menino ficou contente, sentiu um alivio. No dia seguinte o menino chamou o seu pai e disse:
– Pai hoje eu ajudei uma senhora a carregar uma sacola pesada!
– Ótimo meu filho!
E eles foram lá no quartinho e arrancaram mais um prego. E por cada coisa boa que ele fazia o pai dele tirava um prego. E assim foi, o menino todo dia fazendo uma coisa boa, e seu pai por cada boa obra que seu filho fazia ele arrancava um prego.
Porém, quando saiu o último prego o menino não ficou satisfeito. Aquela tábua envernizada, bonita não era mais uma tábua bela. Agora era uma tábua toda esburacada, toda machucada. E seu pai lhe disse:
– Pois é meu filho, o que você quer que eu faça. É assim mesmo, sempre ficam as marcas. Sempre! E essas marcas dos pregos representam a sua culpa, e sempre vai ficar ai.
Aquela lição marcou profundamente aquele menino que foi crescendo, se tornando um moço, um homem. Mas, ele não conseguia esquecer aquela tábua toda perfurada, e o que seu pai lhe havia dito: “Aqueles furos representam a sua culpa!” E ele se atormentava, não tinha paz. A consciência dele estava sempre pesada, não tinha sossego dentro da sua alma, ele carregava aquela mágoa, quando pensava em si mesmo só enxergava aquela tábua, que antes era bonita e agora estava toda perfurada.
Um dia aquele moço, agora já adulto, arrasado, achando que a vida dele por melhor que ele fizesse, nunca iria valer a pena. Ele achava que ele era ruim na sua própria natureza no seu interior, e carregava aquela culpa. Passando em frente de uma igreja cristã ele ouviu os cânticos, e pensou “Vou entrar um pouquinho”. E dentro daquela igreja havia um pregador muito simples, mas, apesar da simplicidade daquele pregador, o homem estava com um livro poderoso nas mãos, um livro chamado Evangelho. E a parte que o pregador lia, é aquela que está escrita na carta de Paulo aos Hebreus 8.12, que diz assim: “Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” Aquele assunto o interessou, despertou o moço, e o pregador releu o texto: “Porque [Eu, o Senhor Deus] serei misericordioso para com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” E o pregador foi desenvolvendo o texto explicando a mensagem dizendo:
– Nós fomos criados perfeitos pelo Senhor Deus, sem culpa, sem pecado. Mas as nossas atitudes, as nossas transgressões, mancharam nossa alma, feriram-na.
Nessa hora veio na mente do moço a imagem da tábua toda perfurada, e o pregador dizia:
– Ainda que você decida se tornar uma boa pessoa, concertar os seus erros, fica ali a culpa.
E o moço se lembrou do que seu pai tinha dito: “Esses furos na tábua são as culpas que ficarão”, ele se lembrou, e foi entendendo. Parecia que o pregador conhecia toda a sua vida. Aquele moço ficou arrepiado, ele nunca tinha falado com aquele pregador, nunca tinha entrado naquela igreja. E aquele pregador humilde falava de um jeito que parecia falar diretamente com ele, de uma maneira que ele nunca tinha sentido antes. E o pregador continuou:
– Não adianta você querer concertar sua vida com boas obras.
E o moço se lembrou de que ele se esforçou para ser um bom rapaz, um bom filho. Mas, apesar de todo o seu esforço ele continuava infeliz.
– Todo homem, toda mulher quer se livrar da culpa. E pra se livrar da culpa a pessoa precisa comparecer diante da luz, e têm que ter comunhão com aqueles que andam na luz.
O pregador então abriu a Bíblia na primeira carta que o apóstolo João escreveu (1.7) e leu para as pessoas que estavam na igreja, sem saber que falava tão diretamente com o coração daquele moço.
– “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” O Senhor Jesus não tinha pecado algum. Ele estava com a sua alma limpa e perfeita. Mas nós, o colocamos no madeiro e pegamos um martelo e pregos enormes – e o moço se lembrou da sua infância quando seu pai lhe pediu os pregos, o martelo e a tábua, o moço sentiu que era com ele aquela mensagem, e opregador falava com veemência – e cravamos Jesus naquela cruz, seu sangue foi derramado, seu sangue foi vertido para nos purificar do pecado. Matamos o Filho de Deus, mas Ele ressuscitou dos mortos. A cruz está lá, mas a cruz está vazia. Jesus Cristo está vivo, e todos que andarem com Jesus e permanecerem com aqueles que andam na luz terão paz, terão comunhão uns com os outros “e o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos purifica de todo o pecado”.
Quando o pregador terminou de falar o moço estava chorando, e o pregador disse mais:
– Quem quer apagar para sempre os seus pecados entregando a sua vida para Jesus Cristo?
O pregador nem acabou de falar e o moço já estava com a mão levantada, com lágrimas nos olhos dizendo:
– Eu quero! Eu quero!
Ele foi o primeiro a ir à frente, e depois de receber a oração do pastor ele se levantou e sentiu que a sua alma estava purificada de todo pecado. Não havia mais culpa, remorso, nem condenação. “Porque o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos purifica de todo o pecado”.

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